A instalação de bandeiras sinalizando a proibição da presença de cachorros nas praias de Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina, movimentou tutores de todo o Brasil que defendem a liberação dos animais na faixa de areia.
O movimento ganhou as redes sociais, com fotos de cachorros “ativistas” de todo o país pedindo mudanças na legislação que impede a presença de cães em todas as praias de Balneário Camboriú.
Um projeto de 2020 chegou a ser proposto na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, mas está arquivado. O texto pretendia liberar a permanência de cães em todas as praias da cidade, desde que estejam vacinados e não serem portadores de zoonoses.

Campanha começou inspirada por movimento do Rio 4k634b
Luiz Fernando, que é tutor do Fred, é do perfil no Instagram da campanha, e conta que tudo começou como uma brincadeira, onde ele “lançou” o cachorro como “candidato”, com propostas do interesse dos cães.
A coisa ficou séria e, em contato com uma ativista do Rio de Janeiro, que inicou uma campanha semelhante por lá, ele resolveu oficializar o movimento com uma hashtag, #vaitercachorronapraiasim.sc.
Luiz, que é morador de Itajaí, não acredita que faça mal levar os animais na praia. Mas, graças à proibição, ele evita levar o Fred nas praias itajaienses.
“Nosso desejo é de uma faixa da areia, não a praia toda. Respeitando aqueles que não gostam. Queremos apenas o que achamos justo, que é a natureza na natureza”, esclarece.
A permanência dos animais na praia, se liberada, estaria condicionada à algumas regras. “Nossas regras seriam de portar a carteirinha de vacinação, recolher as necessidades, e estar de coleira”, afirma Luiz.
Proibição seria para o bem-estar animal, diz prefeitura 4wzn
A lei que proíbe a presença de cães nas praias de Balneário Camboriú não é de agora. Conforme explica a secretária municipal de Meio Ambiente, Maria Heloísa Lenzi, a lei municipal é de 1974.
“Além de ser uma questão sanitária, é uma questão de saúde animal”, explica. Segundo a secretária, a praia não é o lugar ideal para os cães, já que o calor da areia pode levar o animal a sufocar, além da desidratação e a possibilidade de pegar doenças.
“Toda nossa cidade é pet friendly, então temos vários lugares, incluindo parques para cães, em que eles são muito bem-vindos. Mas não na praia”, completa.
As questões sanitárias envolvem, segundo a secretária, pessoas que acabam não recolhendo os dejetos dos animais que acabam ficando na praia. Lenzi afirma que é comum tutores apenas enterrarem os dejetos, ao invés de recolher e descartar.
As placas instaladas em toda a extensão da praia são um reforço mais enfático da proibição. Para a secretária, serve para que os tutores não possam alegar que não viram a sinalização.