O filme Ainda Estou Aqui (2024) foi indicado a três categorias no Oscar 2025: Melhor Filme Internacional, Melhor Filme e Melhor Atriz. Esta é a primeira vez, desde 1986, que uma película nacional concorre na principal categoria da premiação. Os indicados nas 23 categorias foram anunciados em transmissão realizada nesta quinta-feira (23).

A protagonista, Fernanda Torres, foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz, pelo papel de Eunice Paiva, na obra dirigida por Walter Salles.
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Esta não é a primeira vez que um filme brasileiro aparece na lista de indicados a Melhor Filme, considerada principal categoria da premiação. A última vez, contudo, foi em 1986, quando Hector Babenco dirigiu a produção transnacional, O Beijo da Mulher Aranha.
Apesar de ter representado os Estados Unidos na premiação, o financiamento do filme da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes S.A.), assim como a produção e direção. Nascido na Argentina, Hector Babenco viveu boa parte da sua vida no Brasil, para onde se mudou na década de 1970 e foi naturalizado brasileiro.
À época, a película apareceu entre os nomeados para Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado. William Hurt, norte-americano e protagonista da obra, levou a estatueta de Melhor Ator. O vencedor na categoria, naquele ano, foi Out of Africa, dirigido por Sydney Pollack.

A última vez que um filme totalmente produzido no Brasil apareceu em uma lista do Oscar foi em 2020, com o documentário de Petra Costa, Democracia em Vertigem. Naquele ano, Indústria Americana, de Julia Reichert e Steven Bognar, levou a estatueta.
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O Sal da Terra (2015), documentário que conta a expedição do fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, durante o desenvolvimento do projeto “Gênesis”, e Lixo Estraordinário (2011), que mostra o trabalho do artista plástico Vik Muniz, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, foram indicado a Melhor Documentário naqueles anos, mas nenhum conquistou a estatueta. Ambos foram coproduzidos com outros países.
Antes de ‘Ainda Estou Aqui’, uma das maiores chances do Brasil em uma premiação do Oscar veio em 1999, com o filme Central do Brasil (1998), do mesmo diretor, Walter Salles. A película foi indicada a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres. Naquele ano, ela perdeu para Gwyneth Paltrow pelo filme “Shakespeare Apaixonado”.

Em 2004, Cidade de Deus (2003), foi indicado a quatro estatuetas: Melhor Direção (Fernando Meirelles), Roteiro adaptado (Bráulio Mantovani); Melhor Edição (Daniel Rezende), e Melhor Fotografia (César Charlone). O filme, no entanto, não levou nenhum dos prêmios.
Além desses, os filmes Diários de Motocicleta (2004, coproduzido no Brasil pelo diretor de Ainda Estou Aqui e José Rivera, de Porto Rico), o curtametragem, Uma História de Futebol (1998), e os longas O Que É Isso Companheiro (1997) e O Quatrilho (1995), foram algumas das obras que já levaram o Brasil à premiação em Hollywood.