Filho do primeiro reitor da UFSC consegue liminar e paralisa mudança de nome do campus 161n1c

Decisão foi proferida pela 4ª Vara da Justiça Federal em Santa Catarina e aponta falhas processuais, que não permitiram direito à participação e à defesa previstos pela Constituição m345j

Busto de João David Ferreira Lima, primeiro reitor da Universidade Federal de Santa CatarinaBusto de João David Ferreira Lima, primeiro reitor da Universidade Federal de Santa Catarina – Foto: Salvador Gomes/UFSC/Divulgação/ND

A Justiça Federal, em Santa Catarina, suspendeu, nesta segunda-feira (26), o processo que pede a mudança no nome do campus da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em Florianópolis.

No entendimento do juiz Vilian Bollmann, o processo não poderá ter continuidade enquanto o CUn (Conselho Universitário) não analisar a impugnação apresentada pelo filho do ex-reitor em processo istrativo da universidade.

A ação configura, segundo o magistrado, uma violação no devido processo legal, “ferindo frontalmente os direitos à participação e à defesa previstos no artigo 2º da Lei número 9.784/1999”. A ação foi movida pelo advogado David Ferreira de Lima, que é filho do primeiro reitor, que dá nome ao campus da UFSC, João David Ferreira Lima.

Busto de ex-reitor alvo de processo para mudança de nome do campus da UFSCEx-reitor dá nome ao campus Trindade da UFSC – Foto: APUFSC/Divulgação/ND

O parentesco também foi pontuado pela Justiça para conceder, parcialmente, o pedido liminar. “O impetrante, na qualidade de descendente direto e com vínculo jurídico-moral reconhecido, detém legitimidade para pleitear a defesa da memória e da imagem de seu pai, e, uma vez impugnada a conclusão, tem direito a que o seu recurso istrativo seja apreciado”, pondera.

Conselho Universitário deve analisar impugnação p3k2n

Conforme o entendimento do juiz federal, “o princípio do contraditório e da ampla defesa, previsto [na] Constituição Federal, assim como o direito de petição assegurado [pela Carta Magna], impõem à istração Pública o dever jurídico de apreciar, em prazo razoável, as manifestações dos istrados, especialmente quando envolvam possíveis lesões à honra e à memória de terceiros”.

Para ele, a ausência de resposta da instituição a respeito do pedido “configura omissão istrativa relevante e lesiva a direito líquido e certo”. O magistrado pondera, no entanto, que “a decisão sobre a alteração do nome é questão de mérito de competência exclusiva do órgão istrativo, não cabendo ao juízo proibir ou autorizar referida decisão”, mas que deve ser tomada seguindo o devido trâmite legal.

Reunião do Conselho Universitário da UFSCNova reunião do CUn sobre a mudança no nome do campus da UFSC está marcada para esta terça-feira (27) – Foto: Stefani Ceolla/ND

Segundo o despacho, que concede o mandado de segurança, o CUn se reúne, nesta terça-feira (27), para dar continuidade ao processo, podendo votar a possível revogação das homenagens prestadas ao ex-reitor. A mudança do nome do campus da UFSC, contudo, não poderá ser debatida por enquanto a impugnação não for apreciada.

“O princípio do contraditório e da ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, […] impõem à istração Pública o dever jurídico de apreciar, em prazo razoável, as manifestações dos istrados, especialmente quando envolvam possíveis lesões à honra e à memória de terceiros”.

Entenda proposta de mudança no nome do campus da UFSC 5av4z

A Comissão Memória e Verdade da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) recomendou que a universidade tome medidas para reparar os danos causados pela Ditadura Militar, ocorrida no Brasil de 1964 a 1985.

Entre os pedidos, o relatório sugere que sejam retiradas as homenagens ao ex-reitor João David Ferreira Lima, que teria perseguido estudantes, professores e servidores no período.

Busto do primeiro reitor da UFSC, João David Ferreira Lima, marcado por pichaçõesBusto do primeiro reitor da UFSC, João David Ferreira Lima, foi pichado como forma de protesto – Foto: Reprodução/ND

Uma pesquisa aponta, no entanto, que a história do ex-reitor João David Ferreira Lima não era exatamente como descrito no relatório da Comissão. O livro “UFSC: em nome da verdade”, escrito pela advogada Heloisa Ferro Blasi Rodrigues e lançado em dezembro de 2024, mostra supostos equívocos no relatório.

Contraponto 166n67

A reportagem do ND Mais entrou em contato com a universidade para um contraponto acerca da decisão e foi informada, por meio de nota, que a decisão acerca do processo sobre mudança de nome do campus “está sendo analisada pela Procuradoria Federal junto à UFSC”.

A instituição destacou, ainda, que “a reunião do Conselho Universitário, que discutiria o tema na terça-feira, 27 de maio, já havia sido adiada em virtude da convocação realizada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a todos os reitores das Universidades Federais”, que ocorre na mesma data.

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