Quando chegamos na metade do ano, as lojas começam a ficar decoradas, as guloseimas enchem as prateleiras e o clima friozinho toma conta da cidade, dando início à uma celebração conhecida: a festa junina.

Comemorado anualmente em todo o país, esse evento multicultural conquista públicos de todas as idades que aguardam a data ansiosamente.
É tempo de festa, muita música, danças, brincadeiras e o que faz brilhar os olhos de muitas pessoas: as comidas típicas, afinal, quem resiste a uma boa canjica ou um bolinho de milho?
Todavia, essa comemoração nem sempre foi assim. O festejo ou por muitas mudanças até se tornar um dos maiores símbolos da cultura brasileira. Confira como foi essa mudança:
Os primeiros os da Festa Junina 176i6i
É fato que a festa junina chegou ao Brasil junto com os portugueses no século 16. No entanto, as origens da festividade se iniciaram anos antes.
Na Idade Média, entre as tradições europeias estavam os rituais pagãos em comemoração ao solstício de verão no Hemisfério Norte, período em que eram realizadas atividades em agradecimento aos deuses pelas colheitas e com pedidos de proteção.
Mas como isso se transformou no evento na forma conhecida hoje? A primeira mudança veio quando a Igreja Católica ou a substituir os rituais por celebrações dedicadas às figuras importantes do catolicismo e a associá-las às datas que homenageiam os símbolos, como Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). Por um tempo, as cerimônias ficaram conhecidas como festa joanina, devido a um dos santos.
Após chegar em terras tupiniquins, a mistura de culturas ao longo dos anos fez com que as atividades da festa se adaptassem ao nosso país e ganhassem um toque brasileiro – e vamos ser sinceros, nosso jeitinho deixa tudo muito mais divertido.
Os símbolos do arraiá 1g4f5r

Muitos dos símbolos utilizados na antiga festa junina sobreviveram e marcam presença até hoje. A fogueira é um destes exemplos. Usada anteriormente como forma de gratidão e contra maus espíritos, atualmente, além de proteger do frio do inverno, faz parte da decoração e de brincadeiras.
Já as bandeirinhas que trazem cor e beleza à celebração, primeiramente eram produzidas em tamanho maior e com as imagens dos santos. Com os anos, essa tradição foi substituída por peças coloridas que deixam o ambiente mais animado e convidativo.
As vestimentas vibrantes também aram por um processo parecido. Os trajes voluptuosos e rodados da corte deram lugar aos vestidos da quadrilha, com tecidos mais estampados e chamativos. As fantasias de caipira vieram da associação da festa com as raízes do interior, celebrando a roça.
As danças, inicialmente influenciadas pela nobreza sa, hoje fazem parte da representatividade cultural de cada região do Brasil.
Anualmente as icônicas quadrilhas estão presentes nos eventos em todo o país. O Nordeste, por exemplo, sede do maior São João do mundo, adotou o uso de ritmos tradicionais do local, como o arrasta-pé e o forró.
Já reparou que nas quadrilhas é sempre um casal que lidera o grupo? A tradição do casamento jeca é na verdade uma referência ao Santo Antônio, conhecido por ser uma figura que ajuda a formar pares românticos. A encenação é composta por diversas sátiras e piadas engraçadas.
Comidas típicas da Festa Junina 95t4x

É claro que em um bom arraiá não pode faltar uma coisa: uma mesa recheada de iguarias apetitosas. Na festa junina sempre há dois ingredientes que se destacam: o milho e o amendoim.
Adaptando as receitas antigas utilizando os alimentos mais produzidos no nosso país, diversos pratos se tornaram típicos desta época do ano. Paçoca, pé de moleque, pinhão, cachorro-quente, quentão…a lista de comidas clássicas é longa e dá água na boca na maioria dos brasileiros.
Outra característica animadora para a criançada são as brincadeiras, realizadas principalmente em festas de escola e de bairros, que garantem a diversão no evento.
ando pela pescaria, o jogo de argolas, e até brincadeiras entre os amigos na cadeia ou no pau de sebo, opção não falta para quem quer deixar a tristeza de lado e aproveitar o dia.