Na última segunda-feira (18), o relato da moradora Noemia Kuhnen, de 70 anos, atropelada por um patinete elétrico em Florianópolis, motivou outra denúncia da mesma natureza. Os acidentes acenderam um alerta para as regras de uso do veículo.

Flora Medeiros, de 28 anos, entrou em contato com a NDTV, a respeito do seu caso envolvendo a empresa Whoosh, responsável pelos patinetes. No feriadão do dia 8 de setembro, ela trafegava de bicicleta pela Beira-Mar Norte, em Florianópolis, quando foi atingida por um patinete elétrico.
“Estava andando de bicicleta na ciclofaixa sentido ponte, quando uma pessoa pilotando um patinete, que vinha no sentido contrário, se assustou com um senhor que foi atravessar a ciclovia e acabou perdendo o controle e se chocando contra mim”, relata.
A colisão fez com que a moradora caísse da bicicleta e abrisse um corte no dedo, que começou a sangrar imediatamente.
“O choque foi do lado esquerdo do meu corpo. A pessoa foi lançada para longe e o patinete ficou em cima de mim. Senti uma dor muito forte na mão e no braço”, conta Flora.
Na situação, chamaram uma ambulância e Flora foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a moradora, a guarnição enfaixou o braço e o dedo dela, por uma possível fratura. O condutor do patinete ficou no local até a chegada do socorro e sofreu apenas algumas escoriações.
Já Flora foi encaminhada para o Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, onde foi diagnosticada uma fratura no dedo médio. “Levei 10 pontos e tive que tomar antibiótico e injeções, pois foi considerada fratura exposta”, alega.

Flora conta que realizou um Boletim de Ocorrência e entrou em contato com a empresa responsável pelos patinetes através do chat, porém, eles não responderam. “Aí, enviei para todos os e-mails deles, além da Help. Me responderam pedindo meu telefone, mas até agora nada”.
No e-mail, a jovem cobra o seguro mencionado pela empresa, que cobre usuários e terceiros em caso de acidentes com patinetes.
Em caso de acidentes, como acionar o seguro? 2y706y

Após as denúncias de ocorrências em Florianópolis, o ND+ conversou com o CEO da Whoosh no Brasil, Francisco Forbes, que detalhou o processo para o acionamento do seguro da empresa:
- O cliente deverá informar via chat a ocorrência;
- A equipe de e irá ar as orientações sobre as etapas do processo e documentos necessários que deverão ser entregues;
- Após o envio de toda documentação a seguradora será acionada;
- Dentro de 30 dias a seguradora fará a análise do sinistro e indenizar o cliente, se for o caso.
As informações estão no site e no aplicativo, podendo ser adas por qualquer usuário. “O seguro cobre danos à saúde e bens, não só os seus, mas os de terceiros também, independente da causa do acidente”, escreve a empresa no app.
Regras precisam ser seguidas 6d372c
No Balanço Geral desta segunda-feira (25), muitos moradores pontuaram o desrespeito às regras de uso do veículo, como o abuso de velocidade e os locais impróprios onde os patinetes são estacionados.

É necessário frisar que as normas de uso são públicas e íveis a todos. Elas estão disponíveis tanto no site como no aplicativo.

Como funciona?
Os patinetes têm três modos de velocidade: “ECO” – até 12km/h; “D” – até 18km/h e “S” – até 25 km/h. É possível alterná-los através do aplicativo.

Onde posso dirigir?
O uso dos patinetes é permitido em ciclovias e parapeitos, assim como as bicicletas, informa a empresa.
“Em ciclovias é importante não dirigir na direção contrária. Faça ultraagens somente pela esquerda e se não houver obstruções. Se estiver em um grupo com outros dirigindo bicicletas e patinetes, mantenha a distância e dirija de forma previsível”, diz.
É proibido transitar em vias dedicadas a transporte público, pois o fluxo de carro move-se acima de 40 km/h. Estradas também são áreas de perigo, aponta a empresa. “Certamente não junto do fluxo de tráfego. Ele não é sempre visível aos motoristas e pode causar obstruções”.
Enquanto dirige
É necessário evitar rachaduras e parapeitos, e não depender somente dos amortecedores. A empresa orienta não dirigir nos parapeitos ou trilhos maiores do que 3 cm. “Desça e empurre o patinete ao seu lado”.
“Não se exiba. Espaços urbanos não são locais adequados para corridas ou ostentações. Patinetes elétricos não foram feitos para esportes extremos”, salienta, “o patinete pode quebrar, resultando em ferimentos graves e uma multa”.
Também não é recomendado saltar das calçadas, como resultado, o chassi pode sofrer microfissuras que podem fazer com que outra pessoa tenha um acidente.
Estacionamento
As áreas para estacionamento são delimitadas no aplicativo. É necessário posicionar os patinetes longe dos pedestres e carros, “especialmente pessoas com deficiências ou carrinhos de bebê”.
“Se houver marcas no asfalto, o patinete deve ser estacionado nelas. Posicione o patinete o mais próximo possível dos outros. Se você finalizar a viagem em um estacionamento de bicicletas, coloque o patinete ao lado da estrutura. Deixe as cremalheiras para os ciclistas”.
Relembre o caso de Noemia y672l
A moradora Noemia Kuhnen, de 70 anos, foi atropelada por um patinete elétrico em Florianópolis, no dia 25 de agosto. O acidente aconteceu na rua Bocaiúva, no Centro da cidade, enquanto ela atravessava na faixa de pedestres.

Noemia conversou com o ND+ e contou que estava caminhando no local quando parou em uma faixa de segurança para cruzar a rua. “Observei o fluxo dos carros e, quando deu para atravessar, fui surpreendida por um patinete vindo no sentido contrário, que bateu na minha perna”, relata.
Ela complementa dizendo que a pancada a “jogou longe” e a dor foi como se tivesse quebrado o osso: “Machucou muito. A dor foi tanta de quase desmaiar e até hoje sinto dores e dormência no local. É um absurdo esses patinetes andando no centro da cidade como andam”.
Em resposta, a empresa entrou em contato com a moradora e se mostrou disposta a ajudar e investigar o caso. “Temos o maior interesse em ajudar”, informa. O CEO ainda salienta que a Whoosh tem “o maior cuidado em seguir as regras e leis a risca”.
As imagens do acidente ainda não foram localizadas, diz Forbes: “estamos buscando as imagens para confirmar os fatos”. O CEO deixou o contato com a moradora e se colocou à disposição da mesma.