
Nesta quinta-feira (29), o julgamento dos médicos acusados pela morte do ex-jogador de futebol Diego Maradona foi anulado pela Justiça da Argentina. O motivo foi um documentário gravado com a juíza responsável pelo caso, Julieta Makintach (chamada de “Juíza de Deus” pela imprensa argentina), sem autorização das partes envolvidas.
Nas filmagens, Makintach aparece caminhando e falando à câmera, enquanto, na tela, aparece o slogan “uma morte, um ídolo, uma juíza, um julgamento”. A magistrada nega que o material faça parte de um documentário e alega que se tratava de uma entrevista pessoal. Ela foi obrigada a abandonar caso após a divulgação do vídeo.
O novo julgamento da morte de Maradona ainda não tem data de início, já que depende da formação de um novo tribunal, que será feita por sorteio. As partes ainda podem recorrer da anulação.
‘Justiça Divina’ gerou questionamentos sobre a parcialidade da juíza b71i
Para os promotores do caso, Patricio Ferrari e Mario Baudry, Makintach agiu com má conduta e imparcialidade, transformando o julgamento da morte de Maradona mais em um “reality show” do que em uma busca por justiça.

O escândalo ameaça a validade de 20 audiências já realizadas e mais de 40 depoimentos colhidos desde o início do julgamento, em 11 de março. As gravações geraram suspeitas sobre parcialidade da atuação da juíza e impulsionaram o pedido de impugnação feito por um advogado de defesa.
A defesa de Makintach sustenta que não houve irregularidade e que o afastamento é resultado de uma operação midiática. Uma das envolvidas nas gravações afirmou ao Ministério Público que o material é uma entrevista e não um documentário.
Veja o trailer de ‘Justiça Divina’: r3m51
Trailer do documentário ‘Justiça Divina’, que gerou escândalo judicial na Argentina – Vídeo: Reprodução/ND