O clássico “O Pequeno Príncipe” está entre os livros ses mais vendidos do mundo, com cerca de 143 milhões de exemplares comercializados em torno do planeta. E 70 anos após a sua primeira publicação, a obra literária segue também entre as dez mais vendidas no Brasil. Segundo o site PublishNews, que monitora as vendas de 25% a 35% das livrarias do país, o livro foi o 9º mais vendido em 2014, com 123.576 exemplares.
Publicado pela primeira vez em 1943, o livro escrito pelo piloto francês Antoine de Saint-Exupéry segue sendo um best-seller que cativa leitores de todas as idades. A obra conta a história de uma aventura improvável de um piloto de avião que se encontra com um príncipe loiro residente do asteróide imaginário B 612, e acaba aprendendo ensinamentos de vida com a criança.
Para a presidente da AMAB (Associação da Aéropostale no Brasil) e representante da fundação Saint-Exupéry no país, Mônica Cristina Corrêa, “O Pequeno Príncipe” tem valor universal e tornou-se um arquétipo memorial não somente por suas mensagens contundentes, mas também pela sua transcendência entre gêneros literários. “É algo impressionante. A obra é magistral e se mantém forte porque é fora de qualquer tipo de padrão, não é unicamente uma fábula dedicada ao público infantojuvenil. O livro foi escrito por Saint quando estava em depressão diante da guerra que vivenciava na França, e por isso os ensinamentos transcritos na obra são no mínimo louváveis”, conta Mônica, que também é PhD em Literatura sa pela USP (Universidade de São Paulo).
A estudiosa e biógrafa de Exupéry, que ou por Florianópolis algumas vezes em 1930, conta que os ensinamentos propagados em “O Pequeno Príncipe” são próximos de valores religiosos, e por isso, são tão pertinentes. “São valores necessários para uma vida digna, como amar o próximo e entender que tudo o que vivemos é ageiro. Mas a principal mensagem do livro é o jogo do visível e invisível, dessa oposição que trabalha com o interior e o exterior”, afirma Mônica. Para a especialista, pelo excesso de difusão sem atenção literária e recortes indevidos do texto, o livro pode beirar ao clichê da auto-ajuda diante de olhos e mentes desatentas. “É uma obra que fala também sobre morte, em uma fase em que a perda da vida estava muito banalizada pela Segunda Guerra Mundial. Os ensinamentos tornaram-se reconhecíveis e inconfundíveis porque o texto expõe de certa forma, a perda de valores e referências sociais”, conclui Mônica.
O pequeno é de todos
Em agosto deste ano “O Pequeno Príncipe”, que já foi traduzido para mais de 250 diferentes línguas, torna-se domínio público, o que significa que a obra literária poderá ser usada por qualquer pessoa sem que haja restrições ou pagamentos pelo seu uso. Diante do fato, a biógrafa Mônica Corrêa lançará uma nova tradução do livro, que busca manter um maior vínculo com o texto original. “É a tradução equivocada de algumas palavras que altera certas mensagens contidas na obra”, revela a estudiosa. Em outubro deste ano, o livro também será adaptado para as grandes telas pelo diretor Mark Osborne – grandes atores como Benicio Del Toro, James Franco e Rachel McAdams compõem o elenco da obra cinematográfica.
Curiosidades sobre o príncipe
* Foi lançado em 6 de abril de 1943 nos EUA, com apenas 500 exemplares em francês, o restante em inglês;
* Na França, somente em 1946, quando seu autor já havia desaparecido (31/071944); O autor jamais imaginou nem conheceu o sucesso da obra;
* Hoje, 5.000 exemplares se vendem na França por semana e 3.500 por semana no mundo;
* É o maior fenômeno editorial do século XX e do mundo;
* No Brasil, a primeira tradução data de 1952;
* São mais de 250 traduções em línguas diferentes.
Conheça mais sobre a vida e obra de Saint-Exupéry no site http://www.amab-zeperri.org/.