Depois de achar que pararia de surfar, após se deparar com um tubarão na praia Central de Balneário Camboriú, na última quinta-feira (13), o surfista Pita contou que a experiência não ou de um susto e que logo estará de volta às águas da praia Central.
Há mais de 30 anos Pita surfa no Litoral Norte de Santa Catarina e foi a primeira vez que viu um tubarão na região. O surfista reiterou que não foi atacado pelo tubarão, mas que se assustou com o animal.
“Eu conversei com biólogos que me contaram que essa espécie se alimenta de animais mortos. Ele não me atacou. Ele só bateu na minha perna com a calda e depois nas minhas costas, não sei se de forma intencional ou não. Ele não me mordeu, mas ainda assim eu me assustei”, conta.
Tubarão é flagrado na Barra Sul, em Balneário Camboriú – Vídeo: Reprodução/ND
Mesmo com a experiência de quem já surfou em diversas partes do mundo com animais ainda maiores, o surfista conta que se assustou por não ser comum ver tubarões em Balneário Camboriú.

“Já vi tubarão em tudo quanto é mar, já surfei no Chile, Peru, no México em vários lugares ao lado de baleia, golfinho tudo, mas nunca um bicho me encostou, então quando aquele ali me encostou, no susto, eu não sabia se ele iria me atacar ou não”, ressalta.
Repercussão gigantesca 2v6h5s
ado o susto, hoje o maior problema do surfista é a repercussão que o caso teve nacionalmente. “Eu não tenho mais o que falar sobre isso, quero esquecer e quanto menos eu falar, mais cedo eu vou voltar a surfar. Quero voltar a surfar, mas por enquanto eu vou dar um tempo”, explicou.
Em menos de um mês houveram três aparições de tubarões na praia Central de Balneário Camboriú. Todas estas aparições causaram grande repercussão, até mesmo nacional, pois os tubarões despertam uma curiosidade enorme no público.

Federico Argemi, biólogo do Oceanic Aquarium e que por muitos anos trabalhou no Zoológio e Aquário Temaiken, na Argentina, além de ser membro da ALPZA (Associação Latino-Americana de Parques, Zoológicos e Aquários), explica o mito no imaginário social que esses animais repercutem na sociedade.
Tubarão em Balneário Camboriú tem relação com alargamento da praia Central? 3g95r
“Não podemos esquecer que durante os anos 70 os tubarões eram um ícone de ataque às pessoas com o filme Tubarão (JAWS), isso nos deixa com um sentimento de medo para um grupo de espécies sobre as quais sabemos pouco, os tubarões-brancos. Muito longe da realidade”, explica Argemi.
Melhor esperar a obra de alargamento acabar? 2b474r
O surfista diz que vai esperar a obra de alargamento da praia Central ser finalizada para retornar ao mar de Balneário Camboriú. A polêmica é que a obra tenha mexido no mar e deixado os tubarões mais próximo da costa, mesmo que isso não signifique perigo aos banhistas, de acordo com biólogos.
Começa última etapa do alargamento da praia Central de Balneário Camboriú 123t70
André Neto, biólogo marinho e responsável técnico do Oceanic Aquarium, com mais de 20 anos de experiência, esclarece que o trabalho de alargamento da faixa de areia na praia Central da cidade, influencia física, química e biologicamente o ambiente, mas que é um processo natural.

“Com a dragagem de areia do fundo oceânico, há o afloramento e exposição de espécies que vivem no fundo mar, ativando ainda mais o processo da cadeia alimentar. Seres marinhos como crustáceos, moluscos e pequenos peixes se tornam presas fáceis para peixes maiores e, estes peixes maiores atraem outros ainda maiores que é o caso dos tubarões. Portanto, apesar do incentivo causado pela dragagem da areia, o processo de cadeia alimentar é natural”.
É preciso esclarecer esses aparecimentos e levar a informação correta para que as pessoas não fiquem com medo. São muitas espécies de tubarões que vivem no litoral sul do Brasil, entre elas o tubarão Martelo, Azul e Mangona.