Presidente eleito, Jair Bolsonaro confirma quatro ministros em equipe de transição 214e36

Bolsonaro ainda tem direito a indicar outros 28 nomes para compor a equipe de transição; segundo Lorenzoni, isso vai acontecer de acordo com a necessidade

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), entregou ontem ao Palácio do Planalto 22 nomes de assessores que vão compor a equipe de transição de Jair Bolsonaro. Ele se reuniu com o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para dar início oficialmente ao processo de transição. Segundo Lorenzoni, trata-se de uma primeira lista, com nomes mais concentrados na área econômica, mas sem citar quem são. Na reunião de ontem, a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) avaliou fusões em ministérios que podem chegar de 15 a 17 pastas. Atualmente, há 29. Até ontem, Bolsonaro havia confirmado quatro ministros para o seu governo.

Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ministro da Casa Civil com a Secretaria de Governo; Paulo Guedes, Economia (fusão de Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior); Marcos Pontes, Ciência e Tecnologia (com ensino superior); General Augusto Heleno, Defe - Agência Brasil/ Agência Brasil/Folhapress/Agência Brasil
Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ministro da Casa Civil com a Secretaria de Governo; Paulo Guedes, Economia (fusão de Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior); Marcos Pontes, Ciência e Tecnologia (com ensino superior); General Augusto Heleno, Defe – Agência Brasil/ Agência Brasil/Folhapress/Agência Brasil

O presidente eleito ainda tem direito a indicar até outros 28 nomes para compor a equipe de transição. Segundo Lorenzoni, isso vai acontecer de acordo com a necessidade e conforme os demais ministros do futuro governo forem anunciados por Bolsonaro. Segundo o coordenador da transição, o presidente eleito virá na próxima semana para um encontro com o presidente Michel Temer e para iniciar “formalmente” a transição entre os dois.

Além do superministério de Economia, que englobará Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior, e o da Agricultura, que juntará com o do Meio Ambiente, a Casa Civil também deverá se juntar a Secretaria de Governo, que será comandada pelo deputado federal Onyx Lorenzoni.

Ciência e Tecnologia, que terá como ministro o astronauta Marcos Pontes, será unido ao Ensino Superior. Também haverá a fusão do ministério da Infraestrutura com o de Transportes. Já o de Desenvolvimento Social unirá os Direitos Humanos e cogita-se uma mulher ligada a movimentos sociais para ocupar o cargo. Haverá ainda a fusão do ministério da Justiça com o da Segurança Pública, para onde se cogita o juiz federal Sérgio Moro.

Há uma dúvida em relação ao Ministério da Integração Nacional, se este deverá juntar o das Cidades e de Turismo. Permanecerão separados os ministérios da Defesa, Trabalho, Minas e Energia, Relações Exteriores, Saúde e o Gabinete de Segurança Institucional.

Nomes serão anunciados por redes sociais 2c6m6j

O astronauta Marcos Pontes foi anunciado por Bolsonaro oficialmente ontem pelo Twitter. “Comunico que o Tenente-Coronel e astronauta Marcos Pontes, engenheiro formado no ITA, será indicado para o Ministério da Ciência e Tecnologia. É o quarto Ministro confirmado!”, escreveu o presidente eleito. Pontes é o segundo militar escolhido para compor os ministérios. O primeiro foi o general Augusto Heleno, para a Defesa.

Ontem, Bolsonaro afirmou que divulgará os nomes de seus ministros somente por meio das redes sociais. Segundo ele, estarão excluídos os condenados por corrupção. “Nossos ministérios não serão compostos por condenados por corrupção, como foram nos últimos governos. Anunciarei os nomes oficialmente em minhas redes. Qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade”, escreveu.

Versão “turbinada” do ministério da Justiça para Moro 3n1037

Hoje, o juiz Sergio Moro, da Lava Jato, vai ao Rio de Janeiro para discutir com Bolsonaro o convite para compor seu ministério. O presidente eleito afirmou em entrevistas na segunda-feira que gostaria de ter o juiz como ministro da Justiça ou de indicá-lo a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Bolsonaro deve oferecer a Moro uma versão turbinada do Ministério da Justiça. A pasta vai somar as estruturas da Justiça, Segurança Pública, Transparência e Controladoria-Geral da União e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), estrutura hoje ligada ao Ministério da Fazenda. Ao remodelar o ministério, Bolsonaro pretende reforçar seu discurso de segurança pública e de combate à corrupção.

Veja como será a composição dos ministérios no governo Bolsonaro: 1s6672

1) Casa Civil com a Secretaria de Governo – Onyx Lorenzoni

2) Economia (fusão de Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior) – Paulo Guedes

3) Defesa – General Augusto Heleno

4) Ciência e Tecnologia (com ensino superior) – Marcos Pontes

5) Educação, Cultura e Esporte

6) Agricultura e Meio Ambiente

7) Trabalho

8) Minas e Energia

9) Relações Exteriores (está em discussão se será um diplomata ou alguém formado em relações internacionais)

10) Integração Nacional (ainda não está definido, mas deve juntar com Cidades e Turismo)

11) Infraestrutura, juntando com Transportes

12) Gabinete de Segurança Institucional (talvez mude o nome para ministro de Segurança Institucional, ao invés de ministro chefe do gabinete) – deverá ser um nome ligado ao Exército

13) Desenvolvimento Social junto com Direitos Humanos (pode ser uma mulher ligada a movimentos)

14) Justiça e Segurança

15) Saúde

Biografia dos quatro ministros 4h215y

Onyx Lorenzoni (DEM-RS)

Conhecido pela contundência de suas opiniões contrárias aos governos do PT, o deputado federal Onyx Lorenzoni deve assumir um dos principais cargos do governo de Jair Bolsonaro. Anunciado como ministro da Casa Civil, ele será responsável por acompanhar, de forma integrada, as principais políticas públicas dos demais ministérios, coordenar os balanços de ações governamentais, publicar nomeações e exonerações, além de auxiliar na tomada de decisões do Chefe do Executivo.

Nascido no dia 3 de outubro de 1954, Lorenzoni tem 64 anos e construiu carreira política ao longo de vários mandatos parlamentares. É nascido em Porto Alegre e formado em veterinária. Deputado federal desde 2003, ele está finalizando o quarto mandato na Câmara. Nestas eleições, foi reeleito com mais de 180 mil votos, sendo o segundo deputado mais votado do Rio Grande do Sul.

O parlamentar gaúcho está há 21 anos no DEM, que até o ano de 2007 se chamava Partido da Frente Liberal (PFL). Antes, era filiado ao PL. Onyx é defensor da flexibilização do Estatuto do Desarmamento e de outras posições do campo liberal e conservador, como redução da maioridade penal, contra as cotas raciais e a favor de projetos ligados à pauta ruralista.

Em 2014, quando a doação empresarial a campanhas eleitorais ainda era permitida, o deputado recebeu R$ 100 mil de duas das maiores empresas de armas e munições do Brasil:  a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) e a Forjas Taurus S.A. Quatro anos antes, a Taurus reou R$ 150 mil para a campanha de Onyx, mesmo valor doado pela Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições.

Paulo Guedes – ministro da Economia

Paulo Guedes, de 69 anos, tem perfil liberal, é favorável a privatizações e a menor participação possível do Estado na economia. Ele foi anunciado durante a campanha por Bolsonaro como ministro da Economia. Nascido no Rio de Janeiro, Guedes se formou em economia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e fez mestrado e doutorado na Universidade de Chicago (EUA), escola ligada ao pensamento liberal econômico. Idealizador do plano econômico de Bolsonaro, o economista é o grande responsável pelo apoio que o militar recebeu do mercado financeiro.

Bem-sucedido no mercado financeiro, ele foi um dos fundadores do banco Pactual e do Instituto Millenium. Hoje é sócio da gestora Bozano Investimentos. Durante a campanha de Bolsonaro, Guedes se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal que apura possíveis “crimes de gestão temerária ou fraudulenta” em investimentos feitos por fundos de pensão estatais.

Guedes fundou o instituto Millenium, disseminador do pensamento econômico liberal, e foi professor de macroeconomia na PUC-RJ, na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e no IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). Fundou o primeiro curso de MBA em finanças do país quando foi sócio majoritário do Ibmec. Participou também da elaboração da proposta do plano de governo de Guilherme Afif, em 1989, quando ele se candidatou a presidente.

Marcos Pontes – ministro de Ciência e Tecnologia

O tenente-coronel da FAB (Força Aérea Brasileira) tem 55 anos e é natural de Bauru (SP). Ele ficou conhecido como o primeiro astronauta brasileiro, que atingiu o espaço em março de 2006, a bordo de uma nave russa, após anos treinando na Nasa.

Formou-se no Colégio Liceu Noroeste, em Bauru em 1980. Em 1984, recebeu o bacharelado em tecnologia aeronáutica da AFA (Academia da Força Aérea). Em 1989, iniciou o curso de engenharia aeronáutica no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos, recebendo o título de engenheiro em 1993. Em 1998, obteve o mestrado em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, em Monterrey, Califórnia.

Em junho de 1998, foi selecionado para o programa espacial da Nasa, para a candidatura a que o país tinha direito no programa espacial do governo americano, pelo fato de integrar o esforço multinacional de construção da Estação Espacial Internacional. Iniciou o treinamento obrigatório em agosto daquele ano no Centro Espacial Lyndon Johnson, em Houston. Em dezembro de 2000, ao concluir o curso, foi declarado oficialmente astronauta da Nasa.

 

Augusto Heleno – ministro da Defesa

O general Heleno tem 70 anos, é nascido em Curitiba e formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). É considerado uma das pessoas que têm o maior prestígio e respeito por parte de Bolsonaro.

Heleno foi o primeiro comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), de junho de 2004 a setembro de 2005. Antes disso, no início de sua carreira, foi primeiro colocado de sua turma de cavalaria na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

No posto de major, integrou a missão militar brasileira de instrução no Paraguai. Como coronel, comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, e foi adido militar da Embaixada do Brasil em Paris, em Bruxelas.

Como oficial-general, foi comandante da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Centro de Capacitação Física do Exército, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército e do Gabinete do Comandante do Exército. O general também foi comandante militar da Amazônia.

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