Hello, Leitores! Quero abordar hoje no Mundo Maria, a doença alopécia, condição característica daqueles que têm perda de cabelos ou pelos pelo corpo. O tema entrou entrou nos TOP trends mais comentados nessa semana, depois que o ator Will Smith deu um tapa no humorista Chris Rock para defender a esposa, Jada Smith, de uma piada feita sobre a queda de cabelo da atriz devido à doença.
Jada Smith, portadora da doença capilar alopécia. -Reprodução: @instagrampinkettsmith/ND
A cena em que Will Smith estapeou Rock Chris, foi transmitida ao vivo, durante o Oscar, para milhões de pessoas de todo o mundo e trouxe dúvidas sobre a condição de Jada à população.
Entrei em contato com a médica cirurgiã-geral, pós-graduada em Dermatologia e especialista em procedimentos faciais, Carol Berger, para poder escrever com mais propriedade sobre o assunto. Jada sofre de queda capilar devido a um quadro de Alopécia Areata, condição inflamatória que pode ter predisposição genética, na qual o organismo cria anticorpos contra os folículos pilosos, gerando inflamação e queda.

No entanto, Carol explica que existem diversos tipos de alopécia e que todos causam grande impacto na vida dos pacientes. “A alopécia é um termo amplo, que define uma condição, e não uma doença específica. A pessoa que sofre do mal pode apresentar queda por afinamento e rarefação ou por ausência do nascimento de pelos em determinado local.
Para definir a causa é necessário uma avaliação médica completa que inclui o histórico clínico e familiar do paciente, exame físico incluindo a tricoscopia, teste de tração e, muitas vezes, uma biópsia do couro cabeludo”, explica a médica.
Conforme o que a Carol explicou, o tratamento depende das causas específicas da doença e pode ocorrer por meio de medicações tópicas ou injetáveis com corticóides e até imunossupressores – se a causa for inflamatória ou autoimune.
“Para saber como tratar precisamos entender se as causas são hormonais, metabólicas, autoimunes, de tração, quebra, morte dos folículos pilosos ou falta de substrato”, acrescenta.
Eu, leiga, fiz a seguinte pergunta: Transplante capilar poderia ser considerada uma solução?
Carol destacou que muito se especula sobre o transplante capilar para solucionar a doença, porém, segundo ela, nem sempre esta é a solução. Isso porque só é possível transplantar cabelo se houver área doadora de folículos pilosos viáveis. Além disso, se não tratar a causa da alopécia o cabelo segue caindo ou afinando.
“O tratamento precoce é a melhor saída. Quanto mais tempo demoramos para identificar a causa e iniciar o tratamento específico, mais a doença evolui e menor é a chance de recuperação dos fios e folículos”, aponta.
Possuir uma doença, seja ela qual for, não deve ser motivo em nenhum caso – nem que seja em uma brincadeira entre amigos e muito menos em uma transmissão ao vivo em uma celebração como um Oscar – de uma piada de mau gosto. Porém, nada justifica uma agressão física, tudo pode ser resolvido fora dos holofotes e verbalmente.