Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) no início da semana nos municípios de São José, Rio do Sul, Agronômica e Braço do Trombudo. A ação foi realizada na segunda-feira (1), em apoio às operações “Abecedário” e “Fogo no parquinho”.

As operações foram deflagradas pelo MPPR (Ministério Público do Paraná), por meio do Gaeco e Gepatria (Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade istrativa), que visa apurar irregularidades no serviço público de Guarapuava, cidade paranaense.
Conforme o MPPR, as duas operações investigam crimes praticados no contexto de licitações e contratos formalizados com o Município de Guarapuava entre 2021 e 2023. Ao todo, foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão nas cidades de Guarapuava, Curitiba, São José dos Pinhais, Cascavel e Foz do Iguaçu.
Já em Santa Catarina, os mandados foram cumpridos nas cidades de São José, Agronômica, Braço do Trombudo e Rio do Sul, em Santa Catarina.
Ex-secretário de Guarapuava e atual vereador é um dos investigados das operações 6l565v
Na operação Abecedário, foram executados 26 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Guarapuava. Entre os alvos está o ex-secretário municipal de Educação da cidade e atual vereador, Pablo Almeida, além de um engenheiro civil e familiares dos agentes públicos, suspeitos de receberem propina.
Os outros seis mandados foram destinados a empresas e nove pessoas vinculadas a um conglomerado empresarial que teria realizado os pagamentos.
Conforme o MPPR, foi verificado que as empresas, embora fossem do mesmo grupo e se submetessem a uma mesma istração, simulavam ser independentes por meio da criação de pessoas jurídicas no nome de funcionários do grupo, que atuavam como laranjas.
Ainda segundo o MPPR, essas pessoas simulavam se enfrentar em certames licitatórios, apresentando descontos que, às vezes, superaram 50%, suspeitos de inexequibilidade.
Por meio da “tática” e auxílio de agentes públicos, desde 2021 as empresas vinham sendo contratadas pelo Município para manutenção e conservação prediais de escolas e outros prédios públicos municipais que, segundo a operação, eram feitas por meio de licitações com objeto genérico (sem definição de exatamente quais reformas e melhorias seria executadas) e valores milionários.
O ex-secretário Pablo Almeida é suspeito de ter recebido e R$ 12 mil reais entre 2021 e 2023 por meio da conta de seu filho, para auxiliar nos ilícitos.
Ao Portal ND Mais, o advogado do ex-secretário, Marinaldo Rattes, informou ter tido o ao procedimento no dia seguinte ao cumprimento dos mandados. Ele disse que se trata de uma investigação complexa, que envolve várias empresas que licitam com o Município de Guarapuava.
Segundo Rattes, as empresas já prestavam serviços ao Município, antes de Pablo assumir a pasta da Educação, e que o vereador nunca fez parte das comissões licitantes da cidade.
“Após a análise completa das peças processuais das investigações, a defesa irá permitir que o vereador se pronuncie perante a imprensa. Ademais, após análise preliminar dos documentos do procedimento investigatório, é possível observar que não há envolvimento do vereador com o conglomerado de empresas investigadas nas licitações com o Município de Guarapuava”, pontuou a defesa de Pablo.
Procurada pelo Portal ND Mais, a Câmara de Vereadores de Guarapuava se manifestou sobre a operação que teve como alvo o ex-secretário da Educação e atual vereador da cidade.
“O Poder Legislativo de Guarapuava comunica que recebeu o Mandado de Busca e Apreensão para a realização de buscas no gabinete do vereador Pablo Almeida.
O Mandado, expedido pela 2ª Vara Criminal de Guarapuava, foi executado pelo Gaeco e Gepatria na manhã desta segunda-feira, 01 de julho de 2024.
Informa-se ainda que a Câmara Municipal de Guarapuava e seus servidores colaboram integralmente com as determinações judiciais. Pablo Almeida assumiu o cargo de vereador em 01 de abril de 2024, após período licenciado, enquanto esteve à frente da Secretaria Municipal de Educação”.
Mandados de busca foram cumpridos em SC 146x5g
Conforme o MPPR, o engenheiro que atuou tanto nas licitações quanto na fiscalização dos contratos em Guarapuava, teria recebido montantes que superam R$ 135 mil por meio das contas bancárias de familiares e dos credores de sua empresa de engenharia.
Na segunda-feira (1), foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, durante uma das operações, intitulada “Fogo no Parquinho”, que tiveram como alvo o engenheiro civil, bem como seus familiares e a empresa.
Na segunda operação, de acordo com o MPPR, foram encontrados indícios de fraude a licitação e no contrato para fornecimento e instalação de parquinhos em escolas, ensino fundamental e centros municipais de educação infantil da cidade.
Conforme o MPPR, foi verificado ainda que todas as empresas participantes da fase interna e externa do certame tinham vínculo, e que sua participação simultânea teria sido facilitada pelo engenheiro civil.
A empresa contratada para instalar os parquinhos, dois sócios e o representante da licitação foram alvo de busca e apreensão nas quatro cidades de catarinense.