O abalo sanitário e econômico causado pela pandemia e os novos hábitos adotados pela sociedade para conter a doença devem transformar definitivamente a dinâmica das cidades. Segundo especialistas, as mudanças no padrão de consumo e no estilo de vida das pessoas, somadas à explosão da era digital, vão ditar as principais inovações no planeta neste século.
A capacidade das cidades de serem inovadoras será fundamental para a retomada econômica (e também social) no pós-pandemia, avalia o empresário Diego Ramos, diretor da Vertical Smart Cities da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia).

“As cidades vão precisar cada vez mais de informações e dados para planejar a retomada. O uso de dados e inteligência artificial será o novo salto urbano.
Mas para isso é preciso criar uma mentalidade de cidade inteligente, olhar os problemas de hoje para entender e evitar os que teremos pela frente”, defende.
A cidade de Barcelona (Espanha), um reconhecido centro de inovação global, foi uma das primeiras a desenvolver soluções inteligentes aos cidadãos no início da pandemia.
Um deles é um aplicativo que utiliza geolocalização para saber onde estão os cidadãos contaminados, informando o grau de perigo de contágio em diversos pontos da cidade.
A base de dados é construída de forma colaborativa, onde cada cidadão atualiza seu status de localização e sintomas.
Em Florianópolis, poucas semanas após o início do isolamento social, a startup Smart Tour adaptou sua tecnologia de monitoramento de pontos turísticos para o rastreamento de indivíduos diagnosticados com a Covid-19. A inovação, legitimamente manezinha, ajudou a prefeitura a rastrear casos de contaminação no transporte coletivo e no comércio local.
“A pandemia acabou sendo uma oportunidade para repensarmos a forma de gerenciar as nossas cidades, utilizando tecnologias simples a níveis mais estratégicos para tomada de decisão racional”, comenta Ramos, citando o o à internet como fator chave para o desenvolvimento de uma smart city.
“A conectividade é o centro do processo de criação das cidades inteligentes. E as deficiências na estrutura de conexão ficaram mais expostas nestes anos de isolamento. É preciso garantir o ao custo mais baixo possível”.
Em 2020 Florianópolis foi considerada a melhor do Sul e a segunda melhor do país no ranking Connected Smart Cities, da consultoria Urban Systems, que mapeia os 673 municípios com mais de 50 mil habitantes e avalia as condições locais para desenvolver inovação.
Laboratório de startups 532r7
Em 2019, a Ilha serviu como laboratório para que startups testassem projetos para resolver problemas urbanos como falta de mobilidade e segurança.
Dois anos após o Living Lab, iniciativa da Rede de Inovação de Florianópolis (da prefeitura e da Acate), algumas destas startups obtiveram um crescimento significativo e captaram recursos de investidores.
Foi o que aconteceu com a Maneje Bem, que desenvolve tecnologia para agricultura familiar e disponibilizou um serviço de assessoria remota com foco em agricultura sustentável, por meio de site e aplicativo, às 35 hortas urbanas já implementadas em postos de saúde da Capital.
“O agricultor urbano também demanda assistência técnica e tem necessidade de soluções voltadas a uma agricultura mais limpa e sustentável”, comenta a CEO Juliane Blainski. Hoje a startup formata um novo modelo de negócio, trabalhando com agricultores rurais via cooperativa e indústrias.
Ranking Connected Cities 2020 6b504w
- 1º São Paulo (SP)
- 2º Florianópolis (SC)
- 3º Curitiba (PR)
- 4º Campinas (SP)
- 5º Vitória (ES)
- 6º São Caetano do Sul (SP)
- 7º Santos (SP)
- 8º Brasília (DF)
- 9º Porto Alegre (RS)
- 10º Belo Horizonte (MG)
Posição de Florianópolis por eixos: 593v4y
- Economia: 3º lugar
- Tecnologia e inovação: 4º lugar
- Educação: 5º lugar
- Mobilidade e ibilidade: 5º lugar
- Empreendedorismo: 7º lugar
- Saúde: 7º lugar
- Segurança: 10º lugar
- Governança: 13º lugar
- Urbanismo: 28º lugar
- Meio ambiente: 43º lugar