Dados e inteligência artificial: novas fronteiras da inovação 5c4co

- +
Florianópolis, que tem a maior densidade de startups no país, se beneficia da tecnologia local para se tornar referência em soluções para cidades inteligentes

O abalo sanitário e econômico causado pela pandemia e os novos hábitos adotados pela sociedade para conter a doença devem transformar definitivamente a dinâmica das cidades. Segundo especialistas, as mudanças no padrão de consumo e no estilo de vida das pessoas, somadas à explosão da era digital, vão ditar as principais inovações no planeta neste século. 

A capacidade das cidades de serem inovadoras será fundamental para a retomada econômica (e também social) no pós-pandemia, avalia o empresário Diego Ramos, diretor da Vertical Smart Cities da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia). 

Durante a pandemia, sistema de geolocalização permitiu rastrear cidadãos contaminados com coronavírus em Florianópolis, informando o grau de contágio na cidade – Foto: Cristiano Andujar/DivulgaçãoDurante a pandemia, sistema de geolocalização permitiu rastrear cidadãos contaminados com coronavírus em Florianópolis, informando o grau de contágio na cidade – Foto: Cristiano Andujar/Divulgação

“As cidades vão precisar cada vez mais de informações e dados para planejar a retomada. O uso de dados e inteligência artificial será o novo salto urbano.

Mas para isso é preciso criar uma mentalidade de cidade inteligente, olhar os problemas de hoje para entender e evitar os que teremos pela frente”, defende.

A cidade de Barcelona (Espanha), um reconhecido centro de inovação global, foi uma das primeiras a desenvolver soluções inteligentes aos cidadãos no início da pandemia.

Um deles é um aplicativo que utiliza geolocalização para saber onde estão os cidadãos contaminados, informando o grau de perigo de contágio em diversos pontos da cidade.

A base de dados é construída de forma colaborativa, onde cada cidadão atualiza seu status de localização e sintomas. 

Em Florianópolis, poucas semanas após o início do isolamento social, a startup Smart Tour adaptou sua tecnologia de monitoramento de pontos turísticos para o rastreamento de indivíduos diagnosticados com a Covid-19. A inovação, legitimamente manezinha, ajudou a prefeitura a rastrear casos de contaminação no transporte coletivo e no comércio local.

“A pandemia acabou sendo uma oportunidade para repensarmos a forma de gerenciar as nossas cidades, utilizando tecnologias simples a níveis mais estratégicos para tomada de decisão racional”, comenta Ramos, citando o o à internet como fator chave para o desenvolvimento de uma smart city.

“A conectividade é o centro do processo de criação das cidades inteligentes. E as deficiências na estrutura de conexão ficaram mais expostas nestes anos de isolamento. É preciso garantir o ao custo mais baixo possível”.

Em 2020 Florianópolis foi considerada a melhor do Sul e a segunda melhor do país no ranking Connected Smart Cities, da consultoria Urban Systems, que mapeia os 673 municípios com mais de 50 mil habitantes e avalia as condições locais para desenvolver inovação.

Laboratório de startups 532r7

Em 2019, a Ilha serviu como laboratório para que startups testassem projetos para resolver problemas urbanos como falta de mobilidade e segurança.

Dois anos após o Living Lab, iniciativa da Rede de Inovação de Florianópolis (da prefeitura e da Acate), algumas destas startups obtiveram um crescimento significativo e captaram recursos de investidores. 

Foi o que aconteceu com a Maneje Bem, que desenvolve tecnologia para agricultura familiar e disponibilizou um serviço de assessoria remota com foco em agricultura sustentável, por meio de site e aplicativo, às 35 hortas urbanas já implementadas em postos de saúde da Capital.

“O agricultor urbano também demanda assistência técnica e tem necessidade de soluções voltadas a uma agricultura mais limpa e sustentável”, comenta a CEO Juliane Blainski. Hoje a startup formata um novo modelo de negócio, trabalhando com agricultores rurais via cooperativa e indústrias.

Ranking Connected Cities 2020 6b504w

  • 1º São Paulo (SP)
  • 2º Florianópolis (SC)  
  • 3º Curitiba (PR)
  • 4º Campinas (SP)
  • 5º Vitória (ES)
  • 6º São Caetano do Sul (SP)
  • 7º Santos (SP)
  • 8º Brasília (DF)
  • 9º Porto Alegre (RS)
  • 10º Belo Horizonte (MG)

Posição de Florianópolis por eixos: 593v4y

  • Economia: 3º lugar
  • Tecnologia e inovação: 4º lugar
  • Educação: 5º lugar
  • Mobilidade e ibilidade: 5º lugar
  • Empreendedorismo: 7º lugar
  • Saúde: 7º lugar
  • Segurança: 10º lugar
  • Governança: 13º lugar
  • Urbanismo: 28º lugar
  • Meio ambiente: 43º lugar